A população de Taguatinga, autoridades, técnicos e especialistas
em segurança pública debateram, no dia 02 de abril de 2014, durante o I
Seminário de Segurança Pública de Taguatinga, soluções para melhoria na
segurança da cidade refletindo sobre o papel de cada cidadão e instituições no
enfrentamento às diversas formas de violência social.
Realizado por meio de uma parceria entre Administração Regional de
Taguatinga, Comissão Permanente da Agenda 21 e Conselho Comunitário de
Segurança (CONSEG), o Seminário contou com a presença de representantes da
Defesa Civil, OAB-Taguatinga, Secretaria de Segurança Pública, ACIT, Câmara de
Vereadores Comunitários de Taguatinga, 2º Batalhão da PMDF, Detran, Conselho
Regional de Saúde, Universidade Católica de Brasília, Faculdade Processus,
comunidade e estudantes.
Compuseram a mesa de honra o comandante do Comando de Policiamento
Regional Oeste, coronel Néviton, o diretor do Curso de Direito da Universidade
Católica e promotor de Justiça, Diaulas Ribeiro, o administrador de Taguatinga,
Marco Aurélio Bessa, e a presidente da OAB-Taguatinga, Lúcia Bessa.
Durante o seminário, professores e especialistas em
segurança pública, como o sargento Flávio Barbosa de Castro, da PMDF, falaram
sobre o trabalho realizado no combate à violência doméstica e promoção da
igualdade de gênero, destacando o contexto familiar, escolar e social.
“Segundo dados do IPEA, 70% da violência nasce dentro dos lares,
no ambiente familiar. Em Taguatinga são feitas de 1 a 2 ocorrências por dia,
colocando a cidade em 5ª lugar no rol de violência doméstica contra a mulher no
Distrito Federal”, disse.
De acordo com o sargento, esses dados motivaram a realização do
Programa Educação para a Cidadania e Segurança (EDUCS) promovido pela PMDF e
realizado atualmente pelo 2º Batalhão da Polícia Militar de Taguatinga, dentre
outros Batalhões. O objetivo é fazer o policiamento preventivo, fiscalização e
acompanhamento dos agressores e vítimas de forma a diminuir os casos de
violência doméstica.
No entanto, para o promotor Bernardo Urbano Rezende, a estatística
de violência doméstica é verídica, porém não é real. “Há uma subnotificação
dentro do lar”, disse. Segundo ele, a sociedade encontra-se atualmente numa
inércia social.
“É mais fácil apontar o dedo do que fazer a meia culpa. Não estou
dizendo que a população é culpada. Seria do estado como um todo? É uma
conjugação de fatores que torna a sociedade inviabilizada”, disse.
Rezende destacou também a atual situação do sistema carcerário, da
maioridade penal, das decisões do júri popular e questionou: “Até quando
perdura o nosso comodismo? Até quando bate em nossa porta?”. Palestraram
também os professores Gustavo Javier Castro da Silva com o tema: Revoltas
Populares e crise da democracia representativa. E o professor Erisevelton Silva
Lima falando sobre “A função social da escola diante das violências”.
Após a palestra o evento foi encerrado com um debate com o público
presente no auditório da Universidade Católica de Brasília, estimado em cerca
de 200 pessoas.
Fonte: http://www.taguatinga.df.gov.br/noticias/item/2398-taguatinga-realiza-primeiro-semin%C3%A1rio-de-seguran%C3%A7a-p%C3%BAblica.html